Objetivismo criativo e modelagem ambiental para o aprender-fazer em Arquitetura e Urbanismo

FARIA, Gustavo Henrique Campos de;
Doutorando em Arquitetura pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (NPGAU)
da Universidade Federal de Minas Gerais.

camposgh@ufmg.br

SOUZA, Renato César Ferreira;
Ph.D. em Arquitetura pela The Sheffield University – UK,
Professor Associado da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais.

rcesarfs@gmail.com

Neste trabalho discutimos as práticas do aprender-fazer do projeto de arquitetura e urbanismo frente as epistemologias do século XX e XXI, com ênfase no racionalismo crítico, nas teorias da biologia do conhecimento e na complexidade. Trata-se de uma pesquisa exploratória em que se analisa como estudo de caso dois bimestres letivos de uma disciplina de projeto do curso de Arquitetura e Urbanismo, sendo 2021/1 em regime remoto com aulas síncronas e 2022/1 em regime presencial. O processo de projeto foi fundamentado na tomada de decisões para a geração de hipóteses projetuais e seus testes realizados a partir da concepção de modelos ambientais tridimensionais. Como conclusão, destaca-se que: muitos estudantes apresentaram soluções projetuais derivadas de hipóteses únicas, refletindo em seu processo criativo e no resultado dos trabalhos finais; a turma em regime remoto obteve maior rendimento, aprofundando as discussões em aula; e a limitação de conhecimento em ferramentas e software refletiu em trabalhos incompletos e/ou genéricos.

arquisur2022
 

 

Combinando tecnologia e pesquisa, nosso grupo oferece um suporte essencial para o desenvolvimento urbano sustentável, ajudando cidades a crescerem de forma planejada, eficiente e socialmente justa.Esses modelos não apenas representam o espaço urbano, mas também possibilitam a integração de diferentes camadas de informação, permitindo o cruzamento de dados entre setores públicos e privados.

Prefeituras, órgãos de planejamento urbano, empresas de tecnologia, construtoras e escritórios de arquitetura e urbanismo podem utilizar essas ferramentas para aprimorar seus projetos e estratégias, garantindo maior eficiência e impacto social. A modelagem auxilia na superação das contradições entre formas sociais e formas físicas, oferecendo suporte ao planejamento urbano sem a pretensão de ser um modelo determinista. O objetivo não é criar um “oráculo urbano“, mas sim fornecer subsídios para a tomada de decisão, compreendendo que, na efetivação dos planos e projetos, novas contradições surgirão e deverão ser enfrentadas com proposições dinâmicas e ajustáveis à realidade social.

A estruturação dessas soluções passa pela Tríplice Hélice da Inovação[1], um modelo teórico que propõe a colaboração entre academia, indústria e governo para impulsionar o desenvolvimento e a inovação. Essa interação permite que o conhecimento acadêmico seja aplicado na prática, promovendo políticas públicas mais embasadas e soluções urbanísticas que atendam às demandas reais da sociedade. Permite também o desenvolvimento industrial orientado.

Para que esses modelos digitais sejam efetivamente adotados, é fundamental uma agenda política focada no bem estar social e um ambiente empresarial que compreenda o impacto dessas ferramentas sobre o público.

O planejamento urbano, quando pensado a partir de dados objetivos, deve priorizar a redução das desigualdades sociais e o fortalecimento da coesão social, garantindo que grupos minoritários também sejam beneficiados. Ao integrar tecnologia, pesquisa acadêmica e políticas públicas, os modelos digitais do espaço urbano tornam-se ferramentas estratégicas para a construção de cidades mais equilibradas, dinâmicas e preparadas para os desafios do futuro.

Referências: {1} O modelo de tripla hélice de inovação, conforme teorizado por Etzkowitz e Leydesdorff, é baseado nas interações entre os três seguintes elementos e seu ‘papel inicial’ associado: universidades engajadas na pesquisa básica, indústrias que produzem bens comerciais e governos que regulam os mercados. À medida que as interações aumentam nesse quadro, cada componente evolui para adotar algumas características da outra instituição, o que dá origem ao híbrido instituições. Existem interações bilaterais entre universidade, indústria e governo.