Resumo do livro de   Humberto Maturana 

Biologia do Conhecer e Epistemologia

O livro “Cognição, Ciência e Vida Cotidiana” de Humberto Maturana explora a natureza da cognição e a relação entre o conhecimento biológico e experiencial dos seres humanos. O autor desafia concepções tradicionais de objetividade e apresenta a ideia de que a realidade e o conhecimento são construídos por meio de nossas interações e linguagens.

  • Observações Experimentais: Maturana destaca experiências científicas chave que moldaram sua compreensão da cognição, incluindo experimentos com a regeneração do nervo óptico em salamandras, que questionam a ideia tradicional de que percebemos uma realidade objetiva externa.

 

  • Reflexões Epistemológicas: O autor discute como a cognição é um processo de correlação interna e não de representação da realidade externa, desafiando conceitos tradicionais de objetividade.

 

  • Domínios Ontológicos: Maturana explora como diferentes “realidades” são construídas através da linguagem e da cultura.

 

  • Determinismo Estrutural e Linguagem: Analisa como a linguagem molda a percepção e a cognição, afirmando que nossa estrutura biológica determina as possibilidades de mudança.

 

  • Deriva Natural e a Constituição do Humano: Considera a evolução humana como um processo de deriva natural, não direcionado, que molda nossa cognição e nossa socialização. 1

    1 -A “Deriva Natural” é um conceito introduzido por Humberto Maturana, um dos fundadores da teoria da autopoiese, que se refere a um modo de evolução biológica. Em contraste com a seleção natural de Darwin, que enfatiza a adaptação como resposta direta a desafios ambientais específicos para a sobrevivência e reprodução, a deriva natural foca mais na variação aleatória e na mudança sem um propósito ou direção específicos.

    Segundo Maturana, os sistemas vivos, como células ou organismos, se reproduzem e as variações ocorrem naturalmente sem qualquer “intenção” ou “necessidade” de adaptação. Estas variações são simplesmente expressões de mudanças que podem ou não ser compatíveis com a continuidade da vida naquele ambiente específico. Os organismos que continuam a se reproduzir são aqueles cujas variações aleatórias não impediram a sua viabilidade.
    Essa abordagem sugere que a evolução é um processo de mudanças estruturais ao acaso que são conservadas se não interferirem na capacidade do organismo de existir e se reproduzir em seu ambiente. A deriva natural, portanto, apresenta uma visão menos “finalista” ou direcionada da evolução, enfatizando a autopoiese (auto-criação) e a manutenção da organização e identidade dos sistemas vivos ao longo do tempo.
    Maturana argumenta que essa perspectiva nos ajuda a entender melhor a natureza autônoma dos sistemas vivos, sua capacidade de adaptar suas estruturas internas de forma independente, ao invés de serem moldados exclusivamente por pressões externas. Isso coloca uma ênfase maior na própria organização interna e na história individual dos organismos como fatores críticos na evolução.

Ciência e Vida Cotidiana: A Ontologia das Explicações Científicas

  • Introdução: Introduz a ideia de que a ciência está profundamente entrelaçada com a vida cotidiana e não é separada dela.

  • O Observador e o Observar: Argumenta que a ciência é uma atividade do observador e não pode ser dissociada do contexto em que é realizada.

  • A Cognição, As Ações, As Emoções, A Linguagem, As Conversações: Discute como estes elementos interagem para formar nossa compreensão científica e cotidiana.

  • O Cientista: Reflete sobre o papel do cientista como observador e participante nas ciências que pratica.

  • As Explicações Científicas: Analisa como as explicações científicas são construídas e como são validadas dentro da comunidade científica.

  • O Critério de Validação das Explicações Científicas: Aborda os critérios usados para validar teorias científicas, ressaltando a importância do consenso e da repetibilidade.

  • Conclusão: Recapitula a relação intrínseca entre ciência e vida cotidiana, sugerindo que a ciência amplifica nossa compreensão cotidiana.

Teorias Científicas e Filosóficas

  • As Explicações, Os Cientistas e os Filósofos, As Teorias, Consequências: Diferencia entre teorias científicas e filosóficas, discutindo como cada uma aborda a explicação dos fenômenos de maneira distinta e as implicações dessa diferença para a prática em cada campo.

Metadesign

  • Os Sistemas Vivos e Os Seres Humanos: Explora como os sistemas vivos, incluindo humanos, são sistemas autopoéticos que estão constantemente se regenerando e se adaptando.

  • Organismos e Robôs, Tecnologia e Realidade, Arte e Design: Examina a interação entre seres humanos, tecnologia e realidade, e como a arte e o design podem influenciar essa relação.

  • Desejos e Responsabilidades: Reflete sobre o papel dos desejos humanos na formação de nossas tecnologias e responsabilidades éticas associadas.

Este resumo procura manter todos os conceitos centrais apresentados por Maturana, mantendo a essência das suas argumentações e o fluxo lógico do livro, conectando biologia, cognição, ciência e a vida cotidiana através de uma visão complexa e interconectada.

Espaço, Lugar e TI

 

Combinando tecnologia e pesquisa, nosso grupo oferece um suporte essencial para o desenvolvimento urbano sustentável, ajudando cidades a crescerem de forma planejada, eficiente e socialmente justa.Esses modelos não apenas representam o espaço urbano, mas também possibilitam a integração de diferentes camadas de informação, permitindo o cruzamento de dados entre setores públicos e privados.

Prefeituras, órgãos de planejamento urbano, empresas de tecnologia, construtoras e escritórios de arquitetura e urbanismo podem utilizar essas ferramentas para aprimorar seus projetos e estratégias, garantindo maior eficiência e impacto social. A modelagem auxilia na superação das contradições entre formas sociais e formas físicas, oferecendo suporte ao planejamento urbano sem a pretensão de ser um modelo determinista. O objetivo não é criar um “oráculo urbano“, mas sim fornecer subsídios para a tomada de decisão, compreendendo que, na efetivação dos planos e projetos, novas contradições surgirão e deverão ser enfrentadas com proposições dinâmicas e ajustáveis à realidade social.

A estruturação dessas soluções passa pela Tríplice Hélice da Inovação[1], um modelo teórico que propõe a colaboração entre academia, indústria e governo para impulsionar o desenvolvimento e a inovação. Essa interação permite que o conhecimento acadêmico seja aplicado na prática, promovendo políticas públicas mais embasadas e soluções urbanísticas que atendam às demandas reais da sociedade. Permite também o desenvolvimento industrial orientado.

Para que esses modelos digitais sejam efetivamente adotados, é fundamental uma agenda política focada no bem estar social e um ambiente empresarial que compreenda o impacto dessas ferramentas sobre o público.

O planejamento urbano, quando pensado a partir de dados objetivos, deve priorizar a redução das desigualdades sociais e o fortalecimento da coesão social, garantindo que grupos minoritários também sejam beneficiados. Ao integrar tecnologia, pesquisa acadêmica e políticas públicas, os modelos digitais do espaço urbano tornam-se ferramentas estratégicas para a construção de cidades mais equilibradas, dinâmicas e preparadas para os desafios do futuro.

Referências: {1} O modelo de tripla hélice de inovação, conforme teorizado por Etzkowitz e Leydesdorff, é baseado nas interações entre os três seguintes elementos e seu ‘papel inicial’ associado: universidades engajadas na pesquisa básica, indústrias que produzem bens comerciais e governos que regulam os mercados. À medida que as interações aumentam nesse quadro, cada componente evolui para adotar algumas características da outra instituição, o que dá origem ao híbrido instituições. Existem interações bilaterais entre universidade, indústria e governo.