Modelagem de Cenários Urbanos, Mobilidade e Infraestrutura

Modelagem de Cenários Urbanos, Mobilidade e Infraestrutura

O mapa acima tematiza o estudo de centralidade e conectividade, num estudo fundamental para o planejamento urbano utilizando a teoria da sintática espacial. O código de cores representa a intensidade da conectividade viária e a força das centralidades urbanas considerando as edificações:

  • Áreas em vermelho indicam pontos de alta centralidade, onde há maior fluxo de pessoas, serviços e comércio.
  • Áreas em amarelo representam uma centralidade moderada, com boa conectividade mas sem a mesma intensidade dos pontos vermelhos.
  • Áreas em verde e azul indicam locais com menor conectividade, onde há menos fluxo urbano e menor concentração de atividades econômicas.

O Estudo de Centralidade permite:

  • Identificar áreas estratégicas para investimentos públicos e privados.
  • Planejar melhor a distribuição de infraestrutura urbana, garantindo que áreas periféricas sejam integradas ao sistema urbano.
  • Redefinir a hierarquia viária, otimizando fluxos de transporte e acessibilidade.
  • Evitar desigualdades espaciais, promovendo uma distribuição mais equilibrada dos serviços urbanos.

As propostas concretas de intervenção urbana com base no estudo realizado incluem:

  1. Requalificação de vias e calçadas, ampliando a acessibilidade e promovendo maior conforto para pedestres.
  2. Criação de espaços de convivência, como praças e áreas de socialização.
  3. Inserção de mobiliário urbano e cobertura para espaços públicos, promovendo conforto térmico e melhorando a qualidade do ambiente.
  4. Reconfiguração do tráfego, priorizando pedestres e transporte público, garantindo maior fluidez e segurança.
  5. Revitalização de fachadas e ocupação de edificações subutilizadas, incentivando a requalificação urbana e atraindo novos usos para a região

Simulações Ambientais

Estudo de Insolação no Bairro Savassi, Belo Horizonte

No bairro Savassi, uma das regiões mais dinâmicas e adensadas de Belo Horizonte, estudos de simulação de insolação foram realizados para avaliar o impacto da verticalização e da disposição das edificações sobre o microclima urbano. Utilizando modelagens computacionais, pesquisadores analisaram como novas torres comerciais e residenciais poderiam modificar a distribuição da luz solar nas ruas e nas edificações vizinhas.

O estudo revelou que a crescente verticalização da Savassi resultou em zonas de sombreamento prolongado, reduzindo a insolação em praças e passeios, impactando a qualidade do espaço público e o conforto térmico dos pedestres. Além disso, a análise permitiu propor estratégias de mitigação, como a orientação diferenciada das novas edificações, a introdução de fachadas mais permeáveis à ventilação e a criação de áreas verdes que equilibrassem os efeitos do sombreamento e das ilhas de calor.

Esse tipo de simulação é fundamental para que o crescimento urbano ocorra de maneira planejada, evitando que o adensamento excessivo comprometa a qualidade ambiental e o bem-estar da população.

Estudo de Insolação Savassi

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Análise do Modelo 3D e da Simulação Solar

  • O modelo representa edificações da Savassi sobre um mapa de satélite.
  • O estudo usa a ferramenta de simulação solar configurada para o equinócio, indicando a quantidade de horas de sombra entre 7h e 17h.
  • No canto inferior direito, há um mapa de sombreamento com uma escala de cores variando de amarelo (menor sombra) até azul escuro e roxo (maior sombra).
  • Áreas em tons de azul e roxo recebem poucas horas de sol ao longo do dia, possivelmente por estarem bloqueadas por edificações altas.
  • Áreas em laranja e amarelo indicam locais com maior exposição solar.
  • A presença de sombras longas e contínuas pode impactar o conforto térmico urbano, a iluminação natural e a vegetação existente.
  • O plantio desordenado de árvores sombreantes pode dificultar a visibilidade dos passeios e fachadas, interferindo na velocidade do tráfego na região, como se confirmou.

Hipóteses sobre os Impactos Urbanísticos:

  1. Planejamento de novas edificações:
    • Novas torres podem bloquear a insolação de edifícios vizinhos e espaços públicos, exigindo ajustes de volumetria e afastamentos.
    • O estudo ajuda a prever impactos antes da construção, permitindo alternativas para minimizar prejuízos ao ambiente urbano.
  2. Efeito na ventilação e ilhas de calor:
    • Áreas excessivamente sombreadas podem apresentar dificuldade na dissipação do calor, agravando o efeito de ilhas de calor.
    • A distribuição de sombras e ventos influencia a qualidade do ambiente urbano, impactando conforto térmico e eficiência energética.
  3. Iluminação natural e consumo energético:
    • A redução de iluminação natural aumenta o consumo de energia em edificações próximas.
    • O estudo pode indicar zonas onde janelas ou fachadas de vidro podem ser mais eficientes para captação de luz natural.

 

Modelos digitais do espaço urbano para apoio ao planejamento.

Serviços de modelagem digital do Espaço Urbano

Nossos modelos digitais vão além da simples representação visual, incorporando informações censitárias, dados do Catálogo Técnico Multifinalitário dos municípios, área construída, altura das edificações e outros indicadores fundamentais. Com essa base de dados estruturada, é possível cruzar informações e gerar diagnósticos objetivos sobre a ocupação do espaço urbano, permitindo um planejamento mais eficiente e fundamentado.

A aplicação desses modelos viabiliza uma série de benefícios, como:

  • Análise de densidade urbana e ocupação do solo;
  • Gestão territorial aprimorada, facilitando decisões sobre zoneamento e infraestrutura;
  • Apoio ao planejamento de mobilidade urbana por meio da integração de dados espaciais e populacionais;
  • Monitoramento e preservação do patrimônio histórico e arquitetônico, garantindo intervenções mais precisas;
  • Otimização da arrecadação municipal por meio da atualização de informações sobre edificações e sua área construída.

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Combinando tecnologia e pesquisa, nosso grupo oferece um suporte essencial para o desenvolvimento urbano sustentável, ajudando cidades a crescerem de forma planejada, eficiente e socialmente justa.Esses modelos não apenas representam o espaço urbano, mas também possibilitam a integração de diferentes camadas de informação, permitindo o cruzamento de dados entre setores públicos e privados.

Prefeituras, órgãos de planejamento urbano, empresas de tecnologia, construtoras e escritórios de arquitetura e urbanismo podem utilizar essas ferramentas para aprimorar seus projetos e estratégias, garantindo maior eficiência e impacto social. A modelagem auxilia na superação das contradições entre formas sociais e formas físicas, oferecendo suporte ao planejamento urbano sem a pretensão de ser um modelo determinista. O objetivo não é criar um “oráculo urbano“, mas sim fornecer subsídios para a tomada de decisão, compreendendo que, na efetivação dos planos e projetos, novas contradições surgirão e deverão ser enfrentadas com proposições dinâmicas e ajustáveis à realidade social.

A estruturação dessas soluções passa pela Tríplice Hélice da Inovação[1], um modelo teórico que propõe a colaboração entre academia, indústria e governo para impulsionar o desenvolvimento e a inovação. Essa interação permite que o conhecimento acadêmico seja aplicado na prática, promovendo políticas públicas mais embasadas e soluções urbanísticas que atendam às demandas reais da sociedade. Permite também o desenvolvimento industrial orientado.

Para que esses modelos digitais sejam efetivamente adotados, é fundamental uma agenda política focada no bem estar social e um ambiente empresarial que compreenda o impacto dessas ferramentas sobre o público.

O planejamento urbano, quando pensado a partir de dados objetivos, deve priorizar a redução das desigualdades sociais e o fortalecimento da coesão social, garantindo que grupos minoritários também sejam beneficiados. Ao integrar tecnologia, pesquisa acadêmica e políticas públicas, os modelos digitais do espaço urbano tornam-se ferramentas estratégicas para a construção de cidades mais equilibradas, dinâmicas e preparadas para os desafios do futuro.

Referências: {1} O modelo de tripla hélice de inovação, conforme teorizado por Etzkowitz e Leydesdorff, é baseado nas interações entre os três seguintes elementos e seu ‘papel inicial’ associado: universidades engajadas na pesquisa básica, indústrias que produzem bens comerciais e governos que regulam os mercados. À medida que as interações aumentam nesse quadro, cada componente evolui para adotar algumas características da outra instituição, o que dá origem ao híbrido instituições. Existem interações bilaterais entre universidade, indústria e governo.