LevanteBH

LevanteBH é o nome escolhido para nomear o website que recepciona os produtos da pesquisa Como viver junto na cidade (2022-2024).

Tudo começou em novembro de 2017 quando, impactado por uma série de situações vivenciadas durante um final de semana, resolvi enviar um e-mail para alguns amigos na forma de uma carta. Nela compartilhei algumas inquietudes.

Ao final daquela carta havia um convite – que posteriormente nomeei Convite a um Levante – para que nos juntássemos e criássemos algo capaz de melhorar o mundo a partir de Belo Horizonte. Aquele texto clamava para que buscássemos construir algo inovador, algo capaz de provocar mudanças, algo que nos permitisse compartilhar nossos saberes com o mundo. A ideia era de nos insurgirmos juntos em prol de uma cidade para todas e para todos.

A primeira ideia, nada original diga-se de passagem, foi a de criar um website para dar início ao que posteriormente nomeei rede LevanteBH. Essa ideia, no entanto, hibernou.

No dia 21 de julho de 2018 acordei inquieto. Ávido por continuar o que havia pensado meses antes, fiz um esboço deste website, incluindo este texto de boas-vindas. A ideia hibernou ainda um pouco mais.

Em 28 de fevereiro de 2019 o LevanteBH deixou de ser apenas uma ideia para se transformar em um website com algumas poucas postagens e acesso livre. No entanto, quase imediatamente concluí que seria mais apropriado melhorar o website antes de compartilhar seus conteúdos. O acesso a ele ficou restrito a algumas poucas pessoas.

No início de 2020, quando a primeira agenda de encontros dos primeiros insurgentes do LevanteBH estava prestes a ser criada, para inclusive decidirmos juntos quando seria compartilhado o website, o coronavírus que provoca a Covid-19 se impôs. Cada um de nós, desde então, passou a aguardar que a pandemia estivesse minimamente sob controle para prosseguirmos. Aproveitei aquele momento para iniciar a migração de minha biblioteca pessoal para o website LevanteBH, ainda de acesso restrito, dando início à construção da Biblioteca do LevanteBH.

No final de 2021, a variante ômicron do coronavírus deu sinais de que a pandemia se prolongaria. Foi quando decidi formalizar a Biblioteca do LevanteBH como suporte para uma série de notas técnicas que seria o produto central de uma possível pesquisa de pós-doutorado. Essa pesquisa foi formalmente iniciada em junho de 2022 sob a supervisão da professora Rosário Macário – Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa). Em setembro de 2022 a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) passou a apoiá-la.

Em junho de 2023, consegui liberar o acesso ao website LevanteBH. Antes, tive o cuidado de transformar milhares de postagens nele publicadas em conteúdos de acesso privado para, pouco a pouco, poder ir revisando-as e liberando-as como produtos da Biblioteca do LevanteBH.

O que você encontra aqui no website LevanteBH é o que já está liberado para publicação dentre tudo que venho produzindo desde aquele – hoje longínquo – final do ano de 2017. Muito ainda virá.

Pretendo permanecer ampliando e aprimorando esses conteúdos pelo menos até junho de 2024, quando se encerrará formalmente a pesquisa Como viver junto na cidade. Oxalá este website permaneça ativo, após isso acontecer, como uma ferramenta da rede LevanteBH.

Dou-lhe as boas-vindas. A dica para conhecer o nosso website é começar lendo a carta que deu origem a tudo isto, que está na página Convite a um Levante.

Marcos Fontoura de Oliveira

 

Combinando tecnologia e pesquisa, nosso grupo oferece um suporte essencial para o desenvolvimento urbano sustentável, ajudando cidades a crescerem de forma planejada, eficiente e socialmente justa.Esses modelos não apenas representam o espaço urbano, mas também possibilitam a integração de diferentes camadas de informação, permitindo o cruzamento de dados entre setores públicos e privados.

Prefeituras, órgãos de planejamento urbano, empresas de tecnologia, construtoras e escritórios de arquitetura e urbanismo podem utilizar essas ferramentas para aprimorar seus projetos e estratégias, garantindo maior eficiência e impacto social. A modelagem auxilia na superação das contradições entre formas sociais e formas físicas, oferecendo suporte ao planejamento urbano sem a pretensão de ser um modelo determinista. O objetivo não é criar um “oráculo urbano“, mas sim fornecer subsídios para a tomada de decisão, compreendendo que, na efetivação dos planos e projetos, novas contradições surgirão e deverão ser enfrentadas com proposições dinâmicas e ajustáveis à realidade social.

A estruturação dessas soluções passa pela Tríplice Hélice da Inovação[1], um modelo teórico que propõe a colaboração entre academia, indústria e governo para impulsionar o desenvolvimento e a inovação. Essa interação permite que o conhecimento acadêmico seja aplicado na prática, promovendo políticas públicas mais embasadas e soluções urbanísticas que atendam às demandas reais da sociedade. Permite também o desenvolvimento industrial orientado.

Para que esses modelos digitais sejam efetivamente adotados, é fundamental uma agenda política focada no bem estar social e um ambiente empresarial que compreenda o impacto dessas ferramentas sobre o público.

O planejamento urbano, quando pensado a partir de dados objetivos, deve priorizar a redução das desigualdades sociais e o fortalecimento da coesão social, garantindo que grupos minoritários também sejam beneficiados. Ao integrar tecnologia, pesquisa acadêmica e políticas públicas, os modelos digitais do espaço urbano tornam-se ferramentas estratégicas para a construção de cidades mais equilibradas, dinâmicas e preparadas para os desafios do futuro.

Referências: {1} O modelo de tripla hélice de inovação, conforme teorizado por Etzkowitz e Leydesdorff, é baseado nas interações entre os três seguintes elementos e seu ‘papel inicial’ associado: universidades engajadas na pesquisa básica, indústrias que produzem bens comerciais e governos que regulam os mercados. À medida que as interações aumentam nesse quadro, cada componente evolui para adotar algumas características da outra instituição, o que dá origem ao híbrido instituições. Existem interações bilaterais entre universidade, indústria e governo.